Alunos de Petrópolis (RJ) desenvolvem sistema de lixo ‘inteligente’ que facilita reciclagem
Texto por: Jalila Arabi | Agência do Rádio Mais (27 de Janeiro de 2020).
Preocupados em tornar as cidades mais limpas e sustentáveis, 10 alunos do SESI de Petrópolis (RJ) criaram um sistema ‘inteligente’ de coleta de lixo. O projeto da equipe “Dark Kaiser”, ainda sem um nome definido, pretende transformar o trabalho desgastante de garis em separação automatizada de materiais. A inovação será apresentada durante o Torneio SESI de Robótica da FIRST Lego League (FLL), que ocorrerá em março, em São Paulo.
Mentor do grupo, o aluno Nathan Mendonça, de 13 anos, explica que a intenção é facilitar a coleta seletiva e deixar a cidade mais “agradável”. “Os garis já pegariam o lixo separado por uma máquina, que já vai identificar o tipo de resíduo. A gente pensou nisso também para amenizar o odor que o lixo causa e nas substâncias que podem ajudar na propagação de doenças. Então, a coleta inteligente vai ajudar a reduzir o número de doenças”, espera o jovem.
A coleta e reciclagem dos resíduos ainda é um problema a ser enfrentado na maioria das cidades brasileiras. Na última virada de ano realizada na capital fluminense, foram recolhidas mais de 350 toneladas de lixo, segundo a Companhia de Limpeza Urbana do Rio. No país, apenas 1% do lixo plástico, por exemplo, é reciclado. Isso quer dizer que dos 11 milhões de toneladas produzidas ao ano, os brasileiros reutilizam apenas 145 mil. Os dados são da ONG internacional WWF.
Além de Nathan, Ana Clara de Castro (14), Guilherme Gonçalves (13), Gustavo Soares (13), Helena Machado (13), João Pedro Abreu (14), Luíza Machado (13), Rafany Gehren (13), Vitor Amorim (14) e Bernardo Remoto (12) desenvolveram o projeto que tenta mudar esse cenário. Tudo sob coordenação do técnico Robson Luiz Thomé, que lembra da importância de se colocar em prática o que é aprendido em sala de aula. “A ideia é que a gente tire caminhões de lixo da cidade e possa aumentar o nível de reciclagem, por meio de túneis e de uma pré-seleção dos materiais. Associar a robótica com o aprendizado escolar é sempre um ganho enorme no aprendizado do aluno”, reforça Thomé.
A participação na FLL, na visão de Nathan, segue essa metodologia e é uma forma de provar que a nova geração pode, de fato, mudar o mundo. “É muito significativo participar dessas competições porque acaba influenciando a gente a usar a robótica não só com o objetivo de ganhar, mas de encontrar soluções para o dia a dia. A gente pode ajudar muitas pessoas”, avalia.
Soluções para cidades
O Torneio de Robótica FIRST LEGO League reúne 100 equipes formadas por estudantes de 9 a 16 anos e promove disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, em sala de aula. De 31 de janeiro a 16 de fevereiro, haverá as disputas regionais. Os melhores times garantem vaga na etapa nacional, que ocorre entre 3 e 6 de março, em São Paulo.
O objetivo é contribuir, de forma lúdica, para o desenvolvimento de competências e habilidades comportamentais exigidas dos jovens. Todo ano, a FLL traz uma temática diferente. Em 2020, os competidores terão que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e prédios.
Segundo o professor de Robótica do SESI-RJ Luiz Henrique Bento, os ganhos educacionais para os alunos são “imensuráveis”. “Ao ofertar aos nossos alunos uma educação completamente inovadora e de qualidade, com avanço tecnológico, a gente rasga a cortina daquele método de educação antigo e realmente protagoniza o aluno como elemento fundamental no processo de aprendizagem”, justifica.
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