Escrito por: Denise Pereira Rodrigues | Equipe Limpa Brasil

72% da superfície terrestre são cobertos pelos oceanos, porém, não os preservamos da forma mais correta e adequada, por conta dos impactos ocasionados pelas atividades humanas sobre os oceanos. Vejamos a sua importância e como seria possível evitar ou, pelo menos, reduzir impactos expressivos a médio/longo prazo.

Apesar do Dia Mundial dos Oceanos ter sido criado em 1992, foi apenas em 2008 que a ONU inaugurou oficialmente a data em seu calendário. Consequentemente, em 2016, foi concluída a primeira Avaliação Mundial dos Oceanos pelas Nações Unidas, que apontou a urgência de gerenciar com sustentabilidade as atividades no oceano, pois, os limites de sua capacidade de carga ou estavam sendo atingidos ou já estavam atingidos, como o aumento nas taxas de extinção de espécies. Com impactos expressivos no oceano, este estudo concluiu
que é obrigatória uma ação urgente em uma escala global, de modo a proteger o nosso oceano e garantir a sua qualidade.

Assim, em 2017, foi proclamada a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, com o intuito de unir esforços de todos os setores relacionados ao oceano, de modo a reverter o atual cenário de declínio na saúde do mar, criando assim melhores condições com vista ao desenvolvimento sustentável. Esta começou a ser implementada em 2021 e se extende até 2030, buscando cumprir os compromissos da Agenda 2030.

Os oceanos

Desde a origem da vida humana, os oceanos desempenham papel imprescindível não somente para o ser humano, mas para todo o planeta, pois cobrem 72% da superfície da Terra e contêm 97% de toda a água do planeta.
Os oceanos são ecossistemas ricos em biodiversidade, com extrema importância para o planeta, uma vez que cumprem uma função vital para a manutenção de condições ambientais que contribuem não apenas para a vida marinha, mas também para a vida terrestre a nível mundial.

Por que os oceanos são importantes, afinal?

1. As águas oceânicas são grandes produtoras de oxigênio, através das microalgas oceânicas (produzindo cerca de 54% do oxigênio do planeta), além de regularem a temperatura do planeta. Além disso, os oceanos são responsáveis pela absorção de parte do CO2 jogado na atmosfera, o que ameniza o conhecido efeito estufa.
2. Os oceanos exercem também um controle fundamental sobre o clima e as condições meteorológicas, atuando significativamente como reguladores da temperatura a nível mundial, pois cobrem 72% do planeta (como já mencionado anteriormente).
3. A biodiversidade encontrada nos oceanos é riquíssima e equivalente à de ecossistemas terrestres, senão maior. Estima-se que somente 10% dos oceanos são conhecidos e foram explorados. Conhecer mais sobre este mundo salgado significa também investir em qualidade de vida, propiciando milhões em recursos naturais, pois, é sabido que cerca de 80% dos animais conhecidos no planeta habitam os oceanos. Assim, o ambiente marinho tem um ecossistema bastante rico e diversificado.
4. Do ponto de vista econômico, o oceano e a humanidade estão fortemente interligados, pois deles é possível se obter alimento, medicamentos, recursos vivos e não vivos, favorecendo a criação de empregos. Além disso, os oceanos também permitem os deslocamentos intercontinentais dos navios que levam e trazem produtos de consumo do nosso dia a dia.
5. Do ponto de vista político, os oceanos também têm como função separar, dividir e/ou agir como fronteira para os continentes, países e afins.

Destruição dos oceanos: impactos

Os oceanos, como listamos acima, têm um papel de extrema importância. Logo, sua eventual destruição acarreta impactos severos.
Nos últimos anos, os oceanos têm sofrido fortes ameaças ambientais. Oceanógrafos verbalizam que o oceano Pacífico está diminuindo sua capacidade de absorver o gás CO2 da atmosfera devido à elevação da temperatura média da Terra.
Já o aquecimento global está prejudicando o funcionamento da circulação termoalina circulação das correntes de águas oceânicas). Se esse funcionamento for desregulado de modo significativo, as temperaturas podem cair consideravelmente. A longo prazo, a Europa e outras regiões, que dependem da circulação termoalina para manter seu clima quente e ameno, viverão numa era de gelo.

Outro fenômeno que prejudica os oceanos e ameaça a vida marinha é a pesca fantasma. Essa prática ilegal acontece quando os equipamentos desenvolvidos para capturar animais marinhos (redes de pesca, linhas, anzóis e outras armadilhas) são abandonados, descartados ou esquecidos nos oceanos, colocando em risco toda a vida marinha: uma vez preso nesse tipo de aparelho, o animal acaba ferido, mutilado e morto de forma lenta e dolorosa. A pesca fantasma, para além de não movimentar a economia, afeta os estoques pesqueiros, permanecendo no mar como uma isca viva, atraindo peixes e outros animais de maior porte que vêm em busca das presas menores para a armadilha, ficando enroscadas no emaranhado de fios.

Destruição dos oceanos: impactos dos resíduos

O resíduo marinho de origem antropogénica e em particular os plásticos afetam ecossistemas e organismos marinhos. Os impactos causados pelo resíduo marinho são muito dependentes do tipo e tamanho dos detritos marinhos e dos organismos que os encontram. Estima-se que 80% dos impactos estão associados ao resíduo de plástico, enquanto papel, vidro e metal contribuem com menos de 2%.

Estes resíduos nos oceanos, que compõem a poluição marinha, prejudicam a vida dos oceanos e das espécies que os habitam, levando:

● À morte de animais marinhos: o animal confunde o plástico jogado no mar com alimento e acaba ingerindo resíduo durante o processo de alimentação. Além disso, há outros resíduos que acabam sufocando, aprisionando ou machucando esses animais;
● À contaminação de peixes e outros animais marinhos: esta contaminação de animais que mais tarde serão consumidos é uma grande preocupação, pois geram problemas intestinais ou problemas mais sérios à saúde humana;

● À redução das atividades de pesca: os peixes e outros animais marinhos, são contaminados pelos resíduos lançados aos oceanos, e isso prejudica a pesca com perdas econômicas para o comércio;
● A problemas ambientais: as plantas também podem sofrer danos devido ao lançamento de resíduos nos mares e oceanos. Isso é preocupante, uma vez que os plânctons e as algas são os responsáveis pela grande produção de oxigênio na terra e servem também de alimento para outros animais.

Ações para reduzir os impactos

Hoje em dia, aproximadamente 40% dos mares e oceanos são considerados densamente afetados por ações humanas. Diante disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs algumas atitudes que cada um de nós pode tomar para ajudar a reverter esse cenário:
● Evitar comprar bebidas em garrafas plásticas;
● Não utilizar copos, talheres e canudos descartáveis feitos de plástico;
● Evite embalagens de saco plástico;
● Não descartar óleos ou produtos químicos na pia de sua cozinha;
● Não descartar resíduos na rua (exemplo: restos de cigarros), na praia ou no mar;
● Participar ou acompanhar as ações de ONG’s ou movimentos de proteção dos oceanos ou praias;
● Consumir alimentos do mar pescados com métodos sustentáveis.
● Separar e descartar seus resíduos corretamente.

Preserve o oceano. Preservá-lo significa salvar nossas próprias vidas.