FBGA 2019: Fórum debate conceitos sustentáveis
A importância da implementação da economia circular como instrumento para administração sustentável, o conceito de ecovillas e os 30 anos de gestão da água nas Bacias PCJ movimentaram o segundo dia do 2º Fórum Brasil de Gestão Ambiental (FBGA).
Organizado conjuntamente pelo Grupo RAC e Stem Cell Participações, o evento mais importante de sustentabilidade do País termina hoje (28/06/2019), no Expo D. Pedro, no Parque D. Pedro Shopping, em Campinas.
Coordenadora da graduação do curso de arquitetura e urbanismo da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Emilia Wanda Rutkowski esclareceu que economia circular é um conceito que engloba a redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia.
Por meio desse processo é possível substituir a compreensão de fim-de-vida da economia linear, definida por Emilia como uma sistemática que em sequência pode ser resumida como ir até a natureza, subtrair atributos, fabricar e, por fim, descartar algo no próprio meio ambiente.
Emilia explica que, primeiramente, devemos nos recusar a usar matéria-prima virgem. Depois, é primordial considerar a finalidade, durabilidade e como o produto ou seus componentes podem ser reaproveitados no fim da sua principal vida útil. No que diz respeito a gerar lixo, a professora questiona: “Existe alguma embalagem mais eficiente que a própria casca da banana ou da mexerica?”.
Em sua concepção, muitos procedimentos poderiam ser eliminados nesse contexto. Emilia pontua ainda que a sustentabilidade urbana é construída por meio de uma simbiose entre sustentabilidade social (bem-estar humano alcançado pelo acesso indiscriminado aos serviços de ecossistemas ofertados — de provisão, de regulação, de suporte e culturais) e sustentabilidade ambiental (gestão adequada de ecossistemas), resultando em sustentabilidade econômica.
Por fim, conclui que “nossa política não pode ser de resíduos, mas sim industrial”.
Ecovillas
No auditório Amoreira I, o arquiteto Flávio Januário José, do Instituto Flor do Anhumas, doutor em arquitetura e urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP), apresentou o conceito e prática na constituição de Ecovillas.
José explicou que a partir da perspectiva humana, uma ecovilla é um assentamento completo no qual as atividades estão inofensivamente integradas com a natureza de modo a favorecer o desenvolvimento saudável e contínuo. “Seu cerne é o pensamento comunitário: ter empatia e trabalhar para o outro.
Deste modo, o benefício individual dos moradores se dá pela prática coletiva”, disse. Segundo o arquiteto, a origem dessas comunidades se deu nos anos 30. Na ocasião, os motivos eram de ordem social, espiritual ou de serviços.
Inicialmente, eram intencionalmente afastadas.O desafio atual, porém, é integrá-las na área urbana. Para tal, é necessário conciliar uma série de fatores, por exemplo, estar em conformidade com as políticas públicas de ocupação do solo dos municípios. As ecovillas movem-se em direção à sustentabilidade priorizando a produção local de alimentos orgânicos, utilização de sistemas de energias renováveis e saúde integrada, entre outros.
Saiba mais
As inscrições para o 2º Fórum Brasil de Gestão Ambiental são gratuitas e podem ser feitas pelo site http://fbga.com.br. No endereço eletrônico também está disponível a programação completa de hoje, último dia do evento. Painel das Bacias PCJ tem também homenagem.
O auditório Amoreira I foi palco, na tarde de ontem, para o painel 30 anos de gestão da água nas Bacias PCJ. Em 2019, o Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí comemora 30 anos de fundação. Antes das palestras, algumas pessoas que contribuíram para o sucesso da iniciativa nesse período foram homenageadas com certificados de mérito ambiental.
O primeiro foi o secretário municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Campinas, Rogério Menezes, que também preside a Associação Nacional dos Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma).
Em seguida, o coordenador de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Rui Brasil Assis, um dos fundadores do Consórcio PCJ, discursou. “As políticas públicas não são formadas por uma única razão: existe um contexto, um ambiente, ou seja, uma série de atores interagindo para que ela ocorra”, disse o engenheiro civil.Para ele, apesar das mudanças sofridas ao longo dos anos, o sistema continua funcionando com as mesmas regras e diretrizes. “Nesse sentido, nossa política pública de recursos hídricos é sólida”, assegura.
Contudo, analisa que aperfeiçoamentos são bem-vindos, porque nenhuma política pública permanece vigente se não produzir resultados.A história do Consórcio PCJ se confunde com o início da gestão da água no Brasil, visto que a primeira política de recursos hídricos do País foi promulgada pelo Estado de São Paulo, com participação atuante desta instituição.
Desde sua criação, o Consórcio PCJ contribuiu com a criação de políticas públicas voltadas à gestão da água, assim como teve papel decisivo na implementação de todos os instrumentos de gestão previstos na Lei 7663/1991.
Por meio de seus parceiros internacionais, o Consórcio PCJ tem auxiliado o sistema de gerenciamento de recursos hídricos na busca por boas práticas e novas tecnologias para solução dos desafios no trato com a água, sendo referência nacional e internacional na área.
A entidade é membro das redes de organismos de bacias (REBOB, RELOB e RIOB), assim como do Conselho Mundial da Água, tendo cadeira no Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
Matéria original: https://cristalgloss.com/fbga.com.br/2019/07/01/fbga/
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