Na pandemia, milhões de catadores pelo Brasil ficaram sem renda

Na pandemia, milhões de catadores pelo Brasil ficaram sem renda

Texto original porJovem Pan (19 setembro de 2020)

Eles são os responsáveis por quase 90% de toda reciclagem no Brasil, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Mas a pandemia da Covid-19 teve um efeito devastador em toda a cadeia que envolve o trabalho desses profissionais. Devido ao fechamento de estabelecimentos e o medo da contaminação, milhões de catadores de todo Brasil deixaram de trabalhar e ficaram sem renda. Eduardo trabalha como catador há 30 anos e representa o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis. Ele conta que a maioria dos colegas de trabalho passaram a depender de auxílio do governo.

De acordo com a Associação Brasileira do Papelão Ondulado, no mês de julho boa parte das cooperativas e catadores de papel retomaram suas atividades. De lá para cá eles trabalham para recuperar os níveis de produção pré-pandemia e atender todas as demandas, mas as consequências ainda podem ser sentidas, uma vez que a redução das matérias-primas gerou alta nos preços.

Pedro é presidente da Associação Nacional dos Aparistas de Papel. A instituição reúne empresas que se dedicam a coletar resíduos sólidos residências e, principalmente, descartados por comércios e coletados por catadores. Ele conta que, devido ao fechamento dos comércios na pandemia, boa parte do lixo produzido pelos comerciantes deixaram de existir — o que naturalmente diminuiu a quantidade e insumos requisitados pelas indústrias que dependem desses  materiais. Ainda segundo Pedro, o desequilíbrio entre oferta e demanda poderá afetar o bolso do brasileiro. Além do papelão, materiais como plástico e o vidro também enfrentam período de escassez.

*Com informações da repórter Caterina Achutti

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